A
igreja, no intuito de preservar os nossos jovens da influência do
mundanismo, estabeleceu o estigma de que ir ao cinema é pecado. O cinema
em si pode não ser ruim, contudo, a tradição religiosa da igreja diz
que isso é pecado (tanto no Brasil, como nos Estados Unidos, para minha
surpresa). Na realidade, o motivo da proibição , era impedir os nossos
jovens de
assistir
aos filmes, e não de ir ao cinema em si. Com o advento do
viodeocassete, a igreja foi traída pela sua proibição, e agora todo
mundo assiste em casa, e a polêmica definitivamente se estabeleceu. Ir
ou não ir? Pode ou não pode? Em primeiro lugar, temos que lembrar que
para a pessoa que está realmente determinada a ir ao cinema, nada vai
convencê-la do contrário.
Contudo, as cinco razões que apresento
aqui pode ajudar aqueles que são sinceros, e que, na dúvida, estão
orando a Deus, querendo fazer a Sua vontade.
A Primeira Razão:
Vou usar como primeiro argumento aquilo que muitos jovens acham
elementar. Se hoje você vai ao cinema e alguém o vê indo, essa pessoa
pode ficar escandalizada, e isso é pecado.
Se o seu comportamento
escandaliza o seu irmão, o princípio é claro ao dizer que é melhor não
fazer. A Bíblia fala fortemente sobre esse princípio em I Coríntios 8.
Paulo fala que alguns, não tendo conhecimento profundo da verdade, têm
uma consciência fraca. No verso 9, Paulo estabelece o princípio quando
diz: “vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a
ser tropeço para os fracos.” Em I Coríntios 10:23 3 32, Paulo diz que
“todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”. “não vos
torneis causa de tropeço…para a igreja de Deus.
” E o que mais me
impressiona é a declaração do capítulo 8:12 quando Paulo diz: “E deste
modo (referindo-se ao pecado do escândalo), pecando contra os irmãos,
golpeando-lhes a consciência fraca, é contra Cristo que pecais.” Se ao
ir ao cinema, escandalizo a minha igreja ou o meu irmão, estou pecando
contra Cristo, diz a Bíblia.
Segunda Razão: Um princípio
elementar, mas que não deixa de ser uma razão, é que ali é a “roda dos
escarnecedores”. Bem, você pode dizer que a “roda dos escarnecedores”
está em todo lugar, no metrô, no ônibus, etc.
Contudo, a “roda
dos escarnecedores” do cinema é específica. O grupo que ali está, não
está por uma necessidade, mas porque querem ir espontaneamente para
satisfazer a si próprios e entreter o seu ego. Vão lá porque gostam e
querem assistir ao filme, mas existe algo mais que o filme: como o
ambiente, o escurinho, o silêncio, o som e o tamanho da tela. Tudo isso é
planejado de uma maneira, não para fazer você assistir ao filme, mas
para você entrar no filme.
Concordo com o salmista no Salmo 1:1,
quando ele diz: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos
ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda
dos escarnecedores”. Creio que o cinema é uma roda específica de
escarnecedores, que estão buscando um tipo de prazer que só lá dentro
alcançarão.
Será que ao ir ao cinema não estou me detendo no caminho dos pecadores?
Terceira Razão:
A escuridão do ambiente afeta tremendamente o ouvinte. Engraçado é que
ninguém percebe e acha normal. E é aí que a gente vê como o diabo é
sutil. O ambiente escuro é para ninguém ver ninguém, e para tentar
colocar na sua cabeça que aquela imagem é uma realidade só sua, feita
para você; ainda que seja só naquele momento. Seu subconsciente consegue
captar mensagens que podem afetar profundamente sua maneira de ver,
pensar e agir, baseado em imagens que muitas vezes nem sequer fazem
parte do nosso mundo real. normalmente, não gostamos da escuridão. Temos
medo.
E tão logo entramos em um ambiente escuro, procuramos uma
luz para acender. Entretanto, no cinema, as trevas têm por objetivo
captar a sua mente, levando você a uma fantasia que não é a sua
realidade. Pode parecer que não, mas ver o filme no escuro do cinema, e
ver no claro na sala de estar da sua casa, faz uma grande diferença
quanto à influência que você recebe. E às vezes, essa influência é
involuntária, você nem a percebe, mas ela está lá. Ao escrever esta
declaração, não estou defendendo a liberação de qualquer filme em casa,
mas tentando mostrar que, definitivamente, o cinema não é um lugar para
cristãos.
Quarta Razão: O tamanho da tela gera uma imagem
muito realística, que associada com o escuro, exerce um poder
fascinante, transportando você da sua realidade para dentro de um mundo
imaginário no filme. Como todo mundo nesta vida de pecado tem sonhos, os
filmes não são outra coisa senão os sonhos dos seres humanos se
tornando realidade. Daí porque o mundo está fascinado com Hollywood.
Jamais a tela de um televisor, por maior que seja, vai exercer sobre
você um poder tão fascinante como dentro do cinema. Se fizermos uma
pesquisa com duas pessoas, sendo que uma assiste a dez filmes em casa, e
depois dermos um questionário para elas responderem, buscando ver o
efeito dos filmes no subconsciente, compreenderemos o poder do cinema, e
por que a igreja está certa em dizer que ele é pecado.
Quinta Razão:
O último motivo pelo qual o cristão não deve ir ao cinema é simples. Eu
até diria elementar, mas de uma sabedoria fantástica: “Na dúvida, não
ultrapasse.” Por que correr o risco, se o assunto é polêmico? Será que
Jesus entraria com você no cinema? A mesma pergunta pode ser feita
quanto à escolha que você faz dos seus filmes. Será que ele sentaria com
você na poltrona da sua casa e assistiria aos filmes que você está
assistindo? acho que, na dúvida, não é bom ultrapassar. Que sabe esse
último princípio, ainda que simples, possa salvar jovens que ainda não
têm fé suficiente para compreender os quatro princípios anteriores.
Talvez
você não esteja convencido de que não deve ir, mas se a dúvida está no
seu coração, é mais seguro não ir. Para aqueles que não têm dúvida, e
que se sentem confortáveis em ir, achando que não há nada de mais, eu
diria que a sua consciência não é um guia seguro. Você pode até estar
sendo sincero no que faz, mas se caminhar na direção errada, perderá o
jogo da vida eterna.
Uma coisa que devemos nos lembrar, é que
antes de ser aceito como membro da igreja, é feito uma entrevista com o
candidato ao batismo, e nela se pergunta “há quanto tempo você não
freqüenta: Teatros, bailes, CINEMAS, etc”, e após essa entrevista, o
candidato assina, assumindo a responsabilidade que deixou as praticas
para trás. Porque após sermos batizados ainda nos restam duvidas? Se
quando aceitamos a Jesus declaramos que não faremos mais as coisas que
fazíamos antes!
Certa vez, li uma história em que a Coca-Cola
resolveu fazer um teste de marketing para testar o poder da imagem sobre
o subconsciente das pessoas. Na produção de um filme para o cinema,
eles incluíram várias vezes, no meio da projeção, rápidas imagens de uma
garrafa de Coca-Cola . Os flashes eram rápidos como um relâmpago e,
embora as pessoas vissem aquele rápido flash na tela, elas não
conseguiam identificar a imagem. Na saída do cinema, eles colocaram
bancas de Coca-Cola para vender e, à porta ,eles perguntavam às pessoas
se elas podiam dizer o que viram na imagem dos flashes.
Ninguém
conseguiu dizer o que tinha visto na imagem, mas todos perceberam o
flash rápido. Apesar de não terem notado a imagem da garrafa de
Coca-Cola, 70% daqueles que assistiram ao filme, compraram uma garrafa
de Coca-Cola para beber, na saída do cinema. Os outros 30% não
compraram, mas confessaram que estavam com vontade de beber. Essa
experiência mostra que o poder do subconsciente de captar as imagens é
muito grande. Somos afetados sem perceber, e aí reside o perigo.
Em
minha opinião, a igreja está certa quanto a não ir ao cinema. Se bem
que também devemos cuidar muito com o que assistimos em casa. Hollywood
está determinando o comportamento da sociedade moderna e criando filmes
que, em lugar de entreter as pessoas, as levam a ficarem insatisfeitas
com a sua vida, porque elas vêem nos filmes um mundo de sonhos e cores. A
comparação é uma arma de Satanás para nos conduzir ao pecado. Ele fez
isso no Éden, tentando comparar o homem a Deus.
E hoje ele usa os
meios mais sofisticados para levá-lo a comparar a realidade da sua vida
com a imagem fantasiosa dos filmes. Se a sociedade pudesse imaginar o
que existe por trás dessas produções, e como se situa o mundo artístico,
talvez nem assistisse aos filmes que por eles são produzidos. O
critério para provar se um filme é bom ou não?
Faça a pergunta:
Poderia Jesus assistir comigo? Sim ou não? Lembre-se de que lá no Céu
não existe o mundo imaginário dos filmes e das superproduções. Lá, sim,
nos encontraremos com a verdadeira realidade dos nossos sonhos, e a
tela, seja do cinema ou da TV, já não terá mais poder sobre nós, e nem
existirá, porque Aquele que é real, nos transformará para as realidades
eternas.
Vinicius A. Miranda
Power Point : Cinema e Vídeo