
No caso do branco do papel, ele é obtido com a adição de minerais como o carbonato de cálcio e o caulim. Mas, para atingir a mesma brancura das asas do Cyphochilus, seria necessária uma camada desses minerais duas vezes mais grossa. Se o besouro dependesse disso, teria asas muito pesadas e dificuldade para voar. Então, como ele voa com asas tão brancas e leves? Já vamos entender.
O corpo, a cabeça e as pernas do besouro são cobertos por longas escamas com estruturas internas 3-D altamente aleatórias (não organizadas). São essas irregularidades e o espaçamento entre elas que dispersam de forma tão eficiente todos os comprimentos de onda da luz, dando ao Cyphochilus o seu branco imbatível.
Os pesquisadores da Universidade Exeter, em colaboração com os engenheiros da mineradora Imerys, desenvolveram um técnica para moer os minerais até conseguir nanopartículas com o balanço adequado entre tamanho, densidade e separação entre as partículas. Depois de aplicadas sobre a massa de celulose, as nanopartículas reproduzem de maneira aproximada a aleatoriedade presente nas escamas do besouro e produzem um branco mais intenso do que o obtido com o caulim.
É mais uma amostra do que se pode obter ao imitar o design inteligente da natureza.
Michelson Borges
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